Os estudos
linguísticos têm sido cada vez mais presentes nos assuntos teóricos em busca do
melhor paradigma para entender as línguas naturais.
A fins de facilitar
a compreensão de tais âmbitos, utiliza-se a seguinte questão: qual a origem da forma da lâmina do machado?
A partir de tal questão, explica-se então o fato de que, para a corrente
funcionalista, a forma da lâmina possui tal formato para realizar sua função
primária (cortar a madeira), ou seja, a forma é definida por sua função.
Segundo a corrente formalista, o formato da lâmina é que determina sua função.
A partir de tal análise comparativa,
é necessária uma questão fundamental para a caracterização de tais âmbitos: a linguagem tem a forma que tem porque é
determinada por suas funções? Ou suas funções é que são “permitidas” pela
forma? Tal questão será levada
em análise para ambas as correntes.
Tratando-se de teorias linguísticas,
a perspectiva formalista pode ser caracterizada pela preferência que dá ao
estudo das línguas naturais enquanto um conjunto de formas que se relacionam
entre si no âmbito da sintaxe, que relacionam-se com objetos do mundo no âmbito
da semântica, que servem para que os falantes “digam coisas”, expressem seus
significados (pragmática).
Em linhas gerais, a corrente
formalista tem a ver com a compreensão dos fatos linguísticos enquanto manifestações
de um objeto autônomo, que preexiste a fatos das línguas naturais.
Segundo a corrente funcionalista, a
linguagem humana deve ser vista como “um instrumento de interação social entre
seres humanos, usado para estabelecer comunicação (NETO, J. Borges, 2004,
p.85)”, ou seja, na perspectiva funcionalista, a questão básica a ser
respondida nada tem a ver com a estrutura ou significado das expressões que
envolvem a linguagem (abordagem formalista), e sim os modos pelos quais os
falantes conseguem comunicar-se por meio das expressões linguísticas.
Em resumo, o formalismo
prioriza a análise das formas linguísticas, enquanto o funcionalismo prioriza a
relação sistemática entre essas formas e as funções que desempenham no processo
comunicativo. O conflito envolto as duas abordagens se dá pela interpretação se
a forma da língua que determina sua função (abordagem formalista) ou se são os
usos da língua que determinam sua forma (abordagem funcionalista).