segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O Estruturalismo e suas vertentes.

             Aquilo que comumente nos referimos como estruturalismo, especialmente na Europa, tem origem múltipla. É convencional e conveniente datar o seu nascimento como movimento identificável em Linguística a partir da publicação do Cours de linguistique générale de Saussure em 1926.
      O estruturalismo busca estudar a língua estruturalmente, ou seja, uma abordagem linguística por meio de estruturas, ou, podemos pensar em conjuntos de elementos que fazem sentido relacionando-se entre si. O estruturalismo tem como base diversas teorias que partem de pressupostos para explicar a linguagem verbal humana e como ela recorre.
            Uma abordagem linguística estrutural,  é realizada desde a Grécia antiga com reflexões filosóficas baseadas numa argumentação estrutural, inicialmente apresentada em forma da chamada Gramática.
            Dentro do estruturalismo, existem duas vertentes que abordam a linguagem verbal humana de formas opostas: o estruturalismo europeu e o estruturalismo americano
            O estruturalismo americano apresenta uma base originária diferente da europeia. As bases do foco estruturalista americano se deram a partir de estudos das línguas indígenas americanas, que traziam em si diversos problemas teóricos e práticos.
            Essa linha de análise estruturalista tem como principal pesquisador Leonard Bloomfield, que rege o pensamento linguístico na primeira metade do século XXI. Bloomfield coloca a língua como estruturada e a divide em níveis, tendo como os níveis fonológico e morfológico os mais importantes.
            O estruturalismo europeu aborda esta visão com dois princípios básicos, o primeiro deles afirma que os elementos da língua apresentam uma organização ao se interagir, sendo essa absoluta a todos, e chama-se de princípio de estrutura.
            O segundo princípio desta linha estruturalista leva em consideração a organização interna da língua, mostrando a mesma como um sistema fechado que não se explica por fatores que não estão determinados dentro dela mesma.

            Apesar das diferentes abordagens de um modelo estruturalista, é necessário notar que, existem oposições positivas e negativas em relação as duas abordagens. Por um lado, existem autores que defendem que não existe nenhuma integração entre as duas linhas, sendo somente uma questão de homonímia (como apresentado em Lyons), pois ambos são origens de escolas diferentes. 

                    

sábado, 21 de setembro de 2013

A "MENTE"

 "Chomsky foi provavelmente o primeiro a fornecer argumentos detalhados  da natureza da linguagem para a natureza da mente, e não vice-versa (Smith & Wilson, 1979:9)"

Vale realizar uma exposição analítica sobre a utilização do termo "mente" nos vários âmbitos dos estudos sobre a linguagem.
Mente é uma palavra do dia-a-dia. Ao mesmo tempo, trata-se de uma palavra que tem sido empregada há muito tempo com referência ao objeto de um determinado ramo da filosofia, por um lado, e da psicologia, por outro. O seu sentido na linguagem do dia-a-dia é mais restrito - caracterizando-se como lógica, razão, e alguns outros termos - do que o sentido técnico e conceitualizado que tem na filosofia da mente.
A experiência da mente e sua relação com o corpo que habita (ou está associado de alguma forma) constitui um problema filosófico permanente e controvertido.
Tentativas de reformular o chamado problema mente/cérebro, podemos destacar os seguintes: o dualismo, o materialismo, o idealismo e o monismo.
Para a corrente dualista, a mente não apenas existe, mas também difere-se da matéria por ser não-físico;
O materialismo sustenta que nada existe que não seja a matéria; que aquilo que comumente são considerados fenômenos mentais são explicáveis. Uma versão do materialismo é o behaviorismo, segundo o qual não existe uma entidade como a mente e os termos mentalistas (mente, pensamento, emoção, por exemplo) devem ser explicados com referência a determinados tipos de comportamento.
O idealismo nega a existência da matéria e sustenta que tudo que existe é mental.
O monismo proclama que a realidade é uma, ou seja, nem o físico nem o mental é a realidade última: ambos são aspectos diferentes de algo mais neutro e fundamental.
Chomsky reivindica o fato de que a linguagem fornece dados em favor do mentalismo, isto é, em favor de uma crença na existência da mente. Ele afirma que a aquisição e uso da linguagem não podem ser explicados sem recorrer a princípios que geralmente encontram-se além do escopo de qualquer relato puramente fisiológico dos genes humanos. Chomsky não está comprometido com o fato de que a mente é uma entidade não-física distinta do cérebro ou de qualquer parte do corpo. Isso explica o fato de que, em suas argumentações gerativistas, utiliza-se o termo "mind/brain" (mente/cérebro).



Referências: LYONS, J. Introduction to Theoretical Linguistics, Cambridge University Press, 1968.

                    CHOMSKY, Noam. Aspectos da Teoria da Sintaxe. Coimbra: Arménio Amado, 1978.