Sempre preocupou o homem o modo como foi produzido o
sentido – resultado do uso da língua no interior da sociedade. Ao longo dos
séculos, várias foram as disciplinas que tentaram dar conta da produção do
sentido nos discursos. Com este problema, nos idos dos anos 60, várias
disciplinas foram criadas, incluindo a AD. Linguistas, historiadores e até
psicanalistas renderam-se a esse movimento intelectual que acenava para uma
abordagem discursiva atrelada a ideologia.
Nascido em Tours em 1938 e falecido em Paris 1983,
fundador da Escola Francesa de Análise do Discurso, Pêcheux entende a linguagem
como materializada na ideologia. O discurso é entendido como um efeito de
sentidos dentro da relação entre linguagem e ideologia. Através da análise do
funcionamento discursivo, ele objetiva analisar as relações entre
discurso/ideologia (a inscrição da língua na história), ou seja, explicitar os
mecanismos da determinação histórica dos processos de significação.
Ao longo dos anos, são realizados muitos estudos
sobre a langue (oriunda de uma influência saussuriana), parole, variação,
competência etc. A partir de então, são introduzidos estudos pragmáticos,
enunciativos discursivos e textuais com o objetivo de analisar os diferentes
usos linguísticos e seus aspectos teóricos. No Brasil, a partir da década de
70, os estudos que abordam a linguagem humana chegam com diversos âmbitos de
análise, como a linguística textual, a semiótica greimasiana e os estudos da
Análise do Discurso de orientação francesa.
A AD surgiu na França, em meados dos anos 60,
trabalhando com a ideia de o discurso ser entendido como seu objeto próprio. Neste
período, as pesquisas acerca da linguística estavam enviesadas por dois polos,
o logicismo (ligado ao formalismo) e o sociologismo (ligado ao funcionalismo).
Essas duas vertentes não davam conta de responder questões a respeito do
sujeito em relação à sociedade, ambas denegavam o aspecto político da língua. O
logicismo por interpretar a língua como algo puramente mental, onde possui
autonomia em relação ao seu exterior, excluindo o sujeito, e o sociologismo por
levar em conta o sujeito empírico (individual e coletivo), excluindo o aspecto
sócio-histórico e ideológico.
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